Na qualidade de sergipano, nascido no pequenino
Município de PEDRA
MOLE, encravado no sertão do Estado, elegi esta
corrida como meu desafio para o ano de 2013 por ser a mais organizada do
Norte-Nordeste e também como forma de homenagear minha cidade natal, pois
acredito que fui o primeiro pedramolense a concluir a mesma. A escolha não
poderia ser mais apropriada, pois
esta prova é realmente desafiadora.
A
corrida tem um percurso de quase 25 km, partindo de São Cristóvão, que é a
quarta cidade mais antiga do país, monumento nacional e foi a primeira capital
de Sergipe.
A
chegada é em Aracaju, fundada em 1855 e foi a segunda capital planejada de um
estado brasileiro e tem o formato de um tabuleiro de xadrez. O trajeto é muito
difícil e desafiador, com suas famosas 17 ladeiras, formando um verdadeiro tobogã, conforme fotos abaixo.
A altimetria do percurso não deixa dúvidas!
Não obstante, com todas as dificuldades que enfrentei, conforme relatarei adiante, consegui vencer meu desafio e concluí a prova com o tempo de 03h20min, portanto faltando apenas 10 minutos para expirar o prazo final que era de 03h30min. Para se ter uma idéia do nível dessa prova, o vencedor na classificação geral masculino fez o tempo de 01:16:49 e a vencedora na classificação geral feminino, cravou 01:32:49.
A viagem para Aracaju ocorreu no dia 15/03, juntamente com minha esposa Graciene Amâncio. Fomos acolhidos na residência do meu compadre e amigo Roberto Matos e sua esposa Telma.
No início da manhã do dia 16/03 fui fazer a retirada do kit e tive oportunidade de encontrar com alguns corredores, com os quais fiz as seguintes fotos.
Corredor de São Paulo, conhecido como "Poeira".
João "Gari", renomado atleta do Cruzeiro de BH, classificado em 2º lugar no geral masculino.
"Poeira" e os corredores sergipanos Janisson e José Bento.
Casal Alex e Elysa.
Amigos corredores de Alagoinhas: Paulo Neves, Valdir e José Antônio (Zezinho).
Meu colega e amigo Noélio Rochas, fazendo a retirada de seu kit.
Casal de Salvador, conhecido de outras corridas.
Colegas do BNB: Anselmo, Eliseu e Noélio e o deficiente visual, José Wellington.
Praça da Matriz
Mais uma Igreja
Com Valdir e Roberto, exibindo minha toalha com o nome de Pedra Mole.
Ainda no local onde fiz a retirada do kit, recebi uma mensagem da amiga Vânia Alecrim e do treinador Dielmo Noblat, do Sport Run Club, informando que em virtude de um problema de saúde não iriam participar da corrida. Foi uma pena!
O deslocamento para São Cristóvão foi feito no ônibus fornecido pela organização do evento. Durante a viagem fiz um reconhecimento do percurso e cheguei à conclusão que o mesmo era realmente muito difícil e que as 17 ladeiras eram muito mais longas do que eu pensava e segundo alguns corredores que também iam no ônibus, quem fizesse aquela prova podia muito bem correr uma maratona!
Chegamos no local da largada muito cedo, por volta de 14h30min, de modo que a presença de corredores era muito pequena. Aproveitei para fazer as fotos abaixo.
Igreja Matriz de Senhor dos Passos, uma das mais antigas do país Praça da Matriz
Mais uma Igreja
Praça da Matriz
Aos poucos os corredores foram chegando e observando os perfis dos mesmos, pude constatar que em sua grande maioria era de atletas de alto nível.
Encontrei então com alguns amigos da Bahia, conhecidos de outras corridas e principalmente o grande atleta ultramaratonista, amigo Roberto Ribeiro da Encarnação, que confirmou que faria sua corrida e voltaria para me "resgatar", o que me deixou mais tranquilo! Fotos abaixo.
Com Valdir e Roberto, exibindo minha toalha com o nome de Pedra Mole.
César e Airton Dantas
Faltando poucos minutos para a largada, o movimento na praça era intenso.Estava chegando a hora tão esperada!
A largada ocorreu regiamente no horário previsto (16 horas) e, para
alegria de todos, o clima estava ameno, com o tempo nublado. Juntamente com as amigas Ivone Teixeira, Luciana Ramos e Alzira, posicionamo-nos atrás e partimos juntos. As
dificuldades já aparecem nos primeiros 2 km, pois é feito pelas ruas
estreitas da cidade histórica, calçadas de paralelepípedos.
Vencida esta etapa, começa uma ladeira de quase 1 km e segue como um verdadeiro tobogã, num sobe e desce permanente, intercalando ladeiras médias com longas.
Vencida esta etapa, começa uma ladeira de quase 1 km e segue como um verdadeiro tobogã, num sobe e desce permanente, intercalando ladeiras médias com longas.
Segui em ritmo confortável, marcando 38min nos 5 km, 74min nos 10 km e 01h53min nos 15km. Estava de acordo com meu planejamento. A hidratação foi excelente, com postos de água gelada a cada 3 km e até água de coco em um deles. A esta altura as amigas Ivone e Luciana já tinham se desgarrado para frente e apenas a amiga Alzira seguia comigo, mas seu ritmo diminuiu muito e fui liberado para seguir em frente. A guerreira Alzira Mendes, que me disse que não havia treinado e que pretendia fazia só 10 km, concluiu a prova logo atrás de mim, com o tempo de 03:23:55. Brava!!!!
Uma semana depois, em 24/03/2013, a valente Alzira estava em Salvador "encarando" os 10 km da Corrida da Adidas-outuno e nos encontramos na sua chegada, quando fiz esta foto.
Emparelhei então com uma corredora cearense, de Fortaleza, cujo nome infelizmente não gravei e seguimos juntos por um bom tempo. Ela também fazia esta prova pela primeira vez, mas não reclamava e seguia cantando e se divertindo. Disse que o marido seguira adiante.
Uma semana depois, em 24/03/2013, a valente Alzira estava em Salvador "encarando" os 10 km da Corrida da Adidas-outuno e nos encontramos na sua chegada, quando fiz esta foto.
Emparelhei então com uma corredora cearense, de Fortaleza, cujo nome infelizmente não gravei e seguimos juntos por um bom tempo. Ela também fazia esta prova pela primeira vez, mas não reclamava e seguia cantando e se divertindo. Disse que o marido seguira adiante.
A partir daí, no entanto, comecei a sentir umas leves pontadas na panturrilha da perna esquerda, que logo passou também para a da direita e só aumentavam. A cearense foi embora!!! No 18º km as câimbras pioraram ainda mais e não tive alternativa senão andar um pouco, coisa que nunca tinha feito em prova nenhuma.
Mas, felizmente, o que torna esta prova tão especial é alegria do
povo sergipano. Além dos aplausos e do grito “bora vovô”, ainda tive a
felicidade de encontrar uma jovem muito simpática, de nome Maria, que
estava assistindo e resolveu correr comigo quase 2 km, arrancando
elogios da plateia.
A simpática jovem Maria
Logo depois, uns garotos também
correram perto de dois 2 km comigo, entoando “vovô, vovô, vovô”, puxado pela buzina da bicicleta de um deles. Uma festa! Ei-los....
Em seguida me juntei a uma corredora de Aracaju,
de nome Daniele, que também estava muito cansada – seguimos juntos até a
chegada, um dando força ao outro. Foi muito importante!
Decorridos mais de 15 dias depois desta corrida, eis que finalmente consegui estabelecer contato com Daniele, que também é blogueira (vide link abaixo) e ei-la nestas fotos, juntamente com o esposo Gustavo.
Decorridos mais de 15 dias depois desta corrida, eis que finalmente consegui estabelecer contato com Daniele, que também é blogueira (vide link abaixo) e ei-la nestas fotos, juntamente com o esposo Gustavo.
Nesta corrida lamentavelmente não fiz muitas fotos, pois a toalha que levava comigo ficou muito encharcada e não tinha como enxugar as mãos, de modo que tive receio de danificar a máquina. Uma pena, pois não registrei os momentos maravilhosos, com a presença do público em ambos os lados da rodovia, aplaudindo efusivamente. Uma beleza!!!
A partir do 18º km, nas proximidades da UFS, esperava encontrar meu amigo e colega do BNB Noélio Rocha, que ficou de me esperar naquela altura do percurso. Como ele não apareceu, imaginei que em virtude de
minha demora, tinha resolvido partir antes, mas o que de fato
aconteceu foi que ele desistiu de participar, pois a colega que iria
com ele não pode vir.
Quando completei 3 horas de prova, por volta de 19 horas da noite, fiquei imaginando o sofrimento de minha esposa, que naquela altura começaria a se preocupar, já que tinha lhe dito que pretendia completar a corrida nesse tempo. Cheguei à conclusão de que esta prova definitivamente não é para atletas inexperientes e no meu caso subestimei as dificuldades, pois não treinei o bastante em subidas de ladeiras.
Minha sorte é que meu amigo, o ultramaratonista Roberto Ribeiro da Encarnação,
depois de fazer uma excelente corrida com o tempo de 01h43min52s,
voltou para “me dar uma força” e me encontrou por volta do 21 km, no exato momento que as câimbras aumentaram e eu estava caminhando. Ele disse que não iria tirar foto comigo andando, de modo que consegui dar uma corridinha e a foto ficou assim:
Àquela altura já estava preocupado com a possibilidade de não
chegar dentro do tempo máximo da prova, que era de 03h30min, mas em
momento algum pensei em desistir, já que aprendi desde o dia que
participei de minha primeira corrida: “as dores são passageiras, mas
desistir é para sempre”.
Quem também me deu uma "grande força" foi a colega do BNB, Valdecy Freitas, que ficou aguardando minha passagem no km 23. Muito obrigado amiga!
Quem também me deu uma "grande força" foi a colega do BNB, Valdecy Freitas, que ficou aguardando minha passagem no km 23. Muito obrigado amiga!
Com toda sua experiência, meu amigo trazia consigo um kit de
primeiros socorros e bastou aplicar umas borrifadas de “gelol” em minhas
panturrilhas para me revigorar, o que me permitiu cruzar a linha de
chegada com o tempo quase limite de 03h20min.
Antes da chegada, tanto eu como Daniele estávamos realmente no limite e a reta da Av. Barão de Maruim parecia interminável, mas, incentivando um ao outro e com o apoio imensurável de Roberto conseguimos finalmente chegar ao nosso destino, ficando assim registrado.
Quem nos acompanhou também na reta final foram os amigos Noélio e Pedro Bueno, presentes nas extremidades desta foto, respectivamente.
Missão cumprida! Medalha no peito - hora dos cumprimentos:
Grande Roberto: sem sua ajuda dificilmente teria conseguido!
Foi difícil, mas consegui!
Esta medalha foi suada!
Minha esposa Graciene sofreu muito com a longa espera, mas também comemorou, saudando comigo a minha querida terrinha - PEDRA MOLE!
Amiga Marta (esposa de Noélio) e o colega do BNB, Carlos Alberto Deda (Beto), que me deram a honra de irem ver minha chegada. Valeu amigos!
Colega do Sport Run Club, Pedro Bueno que também "me resgatou" nos metros finais.
Grande Noélio!Vá tomando gosto! Os amigos de Alagoinhas: José Antônio (Zezinho), Valdir Machado e Paulo Neves
Querido casal de amigos: Marta e Noélio, que também nos acolheram em sua casa na praia.
AGRADECIMENTOS:
Treinador Dielmo Noblat e sua namorada Vânia Alecrim.
Treinador Danielmo Noblat
Amigos (as) de treinos matinais: Raquel, Arnaldo, Palmira e Eliana.
Treinador Dielmo e José Ramos (Raminho), igualmente dos treinos pela manhã.
Registro ainda meus agradecimentos a todos os amigos e amigas do Sport Run Club, representados nesta foto por Osvaldo, Thiago, Luis Brito, Daniela, Raminho e Ana Giffoni e em especial os que em diversas oportunidades treinaram comigo, como Ellen Morado, Adelia Cruz, Hélder Quadros, Antônio Menezes, Maria Isabel, Thaiane Duarte, Amabel Oliveira, Alzenir Barreto, Elvira Gonçalves, Katia Maltez, Antônio Fraga e tantos outros.....
Até a próxima....